segunda-feira, 20 de abril de 2009

Escrever para jornal

Lide(cabeça) - Corpo - Fecho (Pé)

O lide

- Decida qual é a notícia. Todo o resto deve gravitar ao redor dessa idéia -
- Não floreie. Isso atrapalha a compreensão
- Varie o tamanho dos períodos e certifique-se de que eles têm ritmo
- Os períodos devem ter, no máximo, 150 caracteres, com duas orações em cada

O Corpo

- Depois do lide, cuidado para não cair na ordem cronológica
- Cada parágrafo deve ter uma idéia completa, mesmo que com mais de um tema ou subtema
- Para cada sub-tema, acrescente à sua narrativa aspas ou informações de apoio, que contextualizem a notícia.
- Aprimore as passagens (ou transições/ganchos).

O Pé

- Evite o tom professoral. Leitor odeia ouvir lição de moral
- Quem dá a conclusão são os fatos e os personagens. Aspas curtas são uma alternativa
- Evite o "conclui" ou "finalizou"
- Arredonde o texto. Retome o ponto inicial no final

Exercício:

Com base nas informações abaixo (que estão fora de ordem), elabore um texto jornalístico:


Pauta recebida:

- Será lançado hoje o primeiro cartão de crédito do país para aposentados e pensionistas, com pagamento descontado em folha. A iniciativa é fruto de convênio entre a Previdência Social e o Banco de Minas Gerais (BMG).

- A solenidade de lançamento será às 11h, na sede do BMG, em BH.

- O cartão havia sido anunciado em março pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Pelas regras do novo produto, os descontos ou retenções em folha relativos ao cartão estarão limitados a 10% do valor do benefício líquido.

- O cartão de crédito dos aposentados vem na esteira dos empréstimos com desconto em folha para aposentados, uma verdadeira febre no Brasil. Os juros nesse tipo de operação variam entre 1,75% e 3,5% e o prazo para pagamento é de até 36 meses.

- No início da semana, mais um grande banco do varejo aderiu aos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas: o Santander/Banespa.

Outros dados: - Brasil tem hoje 18,5 milhões de beneficiários na Previdência.
- Cerca de 1,9 milhão, o equivalente a 10,7%, já recorrem ao empréstimo consignado em folha.
- São ao todo, 22 instituições, entre bancos e financeiras, autorizados a conceder empréstimo consignado em todo o País. A maior parte delas poderá também lançar cartões de crédito.

Vamos fazer uma matéria sobre o lançamento do cartão de crédito e vamos ouvir aposentados sobre a iniciativa.

Autoridade ouvida na solenidade:

Presidente do BMG, Luís Niemayer:

“Nossa expectativa é de que esse cartão tenha uma grande adesão de aposentados mineiros, já que as taxas de juros, assim como no caso dos empréstimos descontados em folha, serão muito abaixo das normalmente praticadas no País”

Aposentados ouvidos na Praça Sete:

Epaminondas Teixeira, de 72 anos:

“O cartão de crédito, do jeito que são as taxas de juros de mercado, não tem sido uma coisa muito acessível a aposentados. Espero que a situação se modifique com esse novo produto”

José Marciano da Silva, 65 anos:

“Acho que a intenção do INSS é fazer com que os aposentados façam ainda mais dívidas. Mas, de qualquer forma, será bem mais prático e seguro fazer compras com cartão de crédito, sem precisar levar dinheiro ou mexer com talão de cheque”


COMPLEMENTO – Faça um VERSAL e um TÍTULO, de DUAS LINHAS de 20 toques CADA, para a matéria acima.

terça-feira, 14 de abril de 2009

EXERCÍCIO PARA COMPLEMENTAÇÃO DE PONTOS - AV1

Transforme a pequena entrevista FICTÍCIA ABAIXO, com o médico (também fictício) Luiz Silva, professor titular de infectologia da UFMG e ex-superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, em um texto jornalístico impresso de, pelo menos, cinco parágrafos. Use pelo menos três frases dele entre aspas.

Obtenha informações adicionais, em pesquisas na Internet, sobre os números da dengue em Minas.

Importante: sua matéria, apurada hoje, será publicada na edição de amanhã. (8 pts)

P - O ano começou com mortes por dengueem algumas cidades mineiras e casos pipocando em todo o país, apesar de janeiro ter fechado com queda nos registros da doença em relação a 2008. O sr. acredita que será um ano preocupante para a dengue?


Silva -
Nós passamos uns dois ou três anos de queda. É inevitável que haja um certo relaxamento das medidas de controle. Nós já começamos a ter transmissão de dengue no final do ano passado. Isso é um sinal muito importante. Todos os anos em que são registrados muitos casos de dengue, grandes epidemias, na verdade, a coisa já vinha acontecendo meses antes. As pessoas não devem ficar contentes porque em janeiro deste ano houve queda em relação a janeiro passado, porque janeiro não é o pior mês para a dengue. Na região Sudeste, é março e abril a hora do vamos ver. Conseguir um controle razoável é coisa para mais de uma década.

P - Mas há mais de uma década convivemos com epidemias...

Silva - Passamos mais de uma década tendo uma atitude esquizofrênica. Primeiro uma atitude por parte do governo do "deixa que eu chuto", vou lá e acabo com a dengue, e depois perceber que não dava. Depois, começaram a contabilizar a queda [do número de casos] como um feito político. Dessa forma, você não controla. Só impede uma catástrofe maior.

P - Os médicos brasileiros estão preparados para diagnosticar e tratar a dengue hemorrágica a tempo de evitar mortes?

Silva - Existe o problema do próprio sistema de saúde brasileiro. O cara que trabalha no pronto-socorro, que recebe os casos de dengue, é um bóia-fria. Ele trabalha um pouco, sai, vai para o outro emprego. Tem uma rotatividade muito grande, são geralmente indivíduos no início da carreira. Há uma dificuldade muito grande de identificar dengue hemorrágica. Quando acontecem os casos de dengue hemorrágica, que saem na imprensa, aí o serviço público fica mais alerta, mais preocupado. Enquanto não sai, passa batido mesmo.

ATENÇÃO: ESTE TRABALHO DEVE SER ENVIADO POR E-MAIL PARA professorevaldo@gmail.com ATÉ O MEIO-DIA DE HOJE (15/04).